Um dos grandes problemas que nos afasta uns dos outros e que impede um convívio pleno e harmônico, reside exatamente nos “conceitos”. Todo conceito possui em si uma origem, uma causa motivadora, uma ideia, um sentido, significado, que mormente, o levará a uma corporificação, a uma materialidade. O que significa informar que, tudo o que se concebe ou se compreende sobre algo, irá interferir diretamente nas rotas de nossa vida, de nosso existir e no porvir, inclusive, da humanidade. Faço neste sentido valer o grande provérbio chinês que assevera que “O leve bater das asas de uma borboleta pode ser sentido do outro lado do mundo”. Em outras palavras, os conceitos mudam rotas de vida, de existência e o DESTINO. Mas o que são de fato os conceitos?

   "Os conceitos formaram sempre as verdadeiras reservas mo­rais da humanidade. Sustentados neles, os homens podem viver em paz e inspirar-se mútua confiança; ao contrário, quando os conceitos são alterados, sobrevêm a confusão e o caos, seja no ambiente mental do mundo, seja no dos povos onde ocorrem tais alterações". (PECOTCHE, 2019, p. 209).

Essência & Existência

Humanismo e revisão de conceitos

Portanto, se eu conceituo a amizade como um valor ético, em que se estabelece o vínculo fraterno entre os seres, fundado na reciprocidade do respeito, e na prática da empatia, é avesso considerar que se tem 5000 amigos, por exemplo, em uma rede social. O que se pode ter, neste sentido, e que se considera louvável, é uma “rede” amistosa de seres que de uma forma ou de outra se ligaram a nós. Os conceitos, todos, possuem um nascedouro. E no bojo desses conceitos, temos a palavra que é uma das formas mais empregadas na materialização de um conceito. Logo, qualquer palavra que se emita e que projete um conceito, será a fiel expoente de seu lócus de origem, da ideologia que sustenta esse conceito, e que, por sua vez, se configurará em atitudes que sustentarão esta ou aquela conduta. Dessa maneira, é importante buscar a etimologia dos conceitos, de forma que possamos realizar uma franca revisão daquilo que acreditamos ser verdadeiro e sob o qual, se pautará nosso comportamento. Isso porque “Todo o conceito admitido deve reger, pois, a conduta de quem o admite. A consagração íntima de um conceito é implici­tamente um juramento” (PECOTCHE, 2019, p.213).

Logo, o convite que fazemos é no sentido de que possamos refletir sensivelmente sobre todos os fatores internos (dentro de Si) e externos (advindos do meio social) que sustentam a nossa idiossincrasia. Esse exercício é salutar no desenvolvimento do processo de auto educação humanista. Isso porque “A educação humanista é aquela que começa por dentro”. (Por: Sheyla Fontenele)

REFERÊNCIAS:

PECOTCHE, Carlos Bernardo González. Introdução ao Conhecimento Logosófico. 4.ed. São Paulo: Editora Logosófica, 2019